Por 24/03/2022

A comunidade quilombola no Brasil obteve uma vitória histórica no Supremo Tribunal para o acesso à vacinação contra a COVID-19. Estes líderes, que também se tornaram influenciadores locais, contam na mão os vacinados e trabalham para identificar aqueles que estão atrasados na imunização.

Há cerca de um ano e um mês, o Supremo Tribunal Federal brasileiro tomou uma decisão histórica ao garantir a vacinação prioritária contra a COVID-19 para as comunidades quilombolas. Era a primeira vez que esse grupo recorria, sem intermédio, à corte maior brasileira, para garantir seus direitos. Naquela época, o agricultor Josenildo Carvalho, de 75 anos, tinha uma certeza: não iria se vacinar de jeito nenhum. Liderança do quilombo Casinhas, em Jeremoabo, sertão da Bahia, estava com medo dos efeitos adversos da imunização no organismo.

A notícia pegou de surpresa a filha dele, Givanilda Carvalho, de 52 anos, agente comunitária de saúde empenhada em convencer os moradores da região a se vacinarem. Também alertou lideranças de outros quilombos próximos. Sem o consentimento de Josenildo, seria difícil imunizar as 84 famílias moradoras do território. Por isso, foi realizada uma força-tarefa de convencimento, com sequências de conversas e visitas a casa do agricultor.

A decisão do STF, com base na ADPF 742, foi um passo na garantia da imunização dos quilombolas brasileiros, pessoas que costumam viver em zonas afastadas dos centros urbanos, em alto grau de convivência e, muitas vezes, sem acesso permanente a serviços de saúde. A vitória, porém, foi só um dos muitos desafios a serem enfrentados nos 12 meses seguintes. Enquanto 72% da população geral brasileira recebeu pelo menos duas doses da vacina contra a COVID-19, entre os quilombolas o percentual é de 44,31%, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade racial (SNPIR).

A campanha de imunização nos quilombos enfrenta desinformação, desabastecimento, racismo, ausência de campanhas de comunicação direcionadas e falta de uma política estruturada de monitoramento de vacinados. Por outro lado, gestou uma rede de lideranças implicadas em lutar pela vacinação, com dados catalogados à mão e alianças cavadas na raça. O engajamento dos líderes tem sido o pilar de várias estratégias para fazer o percentual de vacinados crescer.

Leia a matéria completa no link a seguir: https://distintaslatitudes.net/destacado/quilombolas-vacunacion-contra-la-covid-19-en-brasil

 

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