29 jan

Boletim epidemiológico 29 de janeiro

Por Jéssica Albuquerque e Maryellen Crisóstomo

O aumento de casos de COVID-19 entre a população quilombola, identificado por meio do monitoramento autônomo da Conaq e do Instituto Socioambiental (ISA), e desde o início da pandemia ignorado pelas autoridades de saúde, revela ainda o quão preocupante é a subnotificação dos casos. O número de óbitos chega a 191 em meio a 5.115 casos confirmados.

 

Semanalmente, a equipe de monitoramento da Conaq em parceria com ISA reúne para documentar as informações coletadas junto às lideranças nos territórios. Os monitores sempre revelam a dificuldade de acesso aos territórios que não têm acesso contínuo a meios de comunicação com sinal de telefone e até mesmo, internet.

 

Sem o auxílio das autoridades de sanitárias desde o início da pandemia de Covid-19, a Conaq realiza o monitoramento dos dados de quilombolas contaminados pela COVID-19. Até o momento, foi possível identificar, 191 óbitos em sua maioria, idosos.

 

Com a realidade da imunização contra o Coronavírus, a Conaq encontra ainda mais dificuldade para assegurar que a população quilombola seja atendida, haja vista que o plano nacional de imunização não inclui quilombolas. Pois, até o momento, apenas quilombolas que atuam na área da saúde e idosos já foram imunizados.

 

Paralelo a isso, há casos de marketing de alguns estados que anunciam ter realizado imunização nos quilombos, entretanto, de maneira parcial. As informações desencontradas em relação à imunização são constantes, dado que diversas comunidades acreditam não ter direito à vacina por não serem reconhecidas ou certificadas.

 

Além de São Paulo que incluiu a população quilombola no grupo prioritário do plano estadual, o Rio Grande Sul também já distribuiu vacinas em quilombolas que se encontram em áreas urbanas, mas, ainda não há confirmação de que todas a pessoas desses territórios foram imunizadas.

Acesse a plataforma virtual de monitoramento: quilombosemcovid19.org

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