8 de março é dia de celebrar a luta das mulheres quilombolas

 

“Nós, mulheres quilombolas, temos uma relação muito forte como o nosso território. Dele nós retiramos o nosso sustento, o de nossas famílias e também os remédios naturais para nossa vida. Temos saberes que herdamos de nossas ancestrais sobre como plantar, colher, pescar, fazer partos e usar as plantas medicinais para cura de toda a comunidade. O território é a nossa mãe, o nosso alimento e a nossa vida.” Carta das mulheres quilombolas

No Dia internacional da luta das mulheres, ruas de todo país são tomadas por marchas que celebram a resistência de mulheres do passado e do presente que se levantaram por um projeto de emancipação coletiva.

Legítimas representantes da luta das mulheres por uma sociedade livre de opressão e racismo, a força e a inspiração representada pela mulheres negras do passado, como Aqualtune, Dandara, Luiza Mahin, Mariana Crioula e Tereza de Benguela, resiste na luta e na organização das mulheres quilombolas do Brasil atual.

Em um processo de resistência diário e cotidiano, mulheres quilombolas enfrentam o cruzamento de opressões machistas e racistas enquanto protagonizam processos coletivos pela garantia de acesso à terra e contra violações de direitos humanos.

Compreendendo que não existe luta quilombola sem participação feminina, as mulheres quilombolas avançam no debate sobre territorialidades através da perspectiva de identidade étnica, de gênero e classe, fortalecendo os processos políticos de suas comunidades, e inspiram a luta de todas as mulheres.

Nesse 8 de março, celebremos a história das mulheres quilombolas que há séculos criam estratégias de resistência para terem suas vidas, corpos e territórios respeitados. A luta dessas mulheres, que continuam a trajetória de luta de suas ancestrais construindo um projeto de emancipação coletiva, forte e também ancestral, deve ser celebrada e fortalecida todos os dias.

Por Dayse Porto

 

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