Reserva Extrativista do Quilombo de Frechal ganha espaço fotográfico no Maranhão

Cotidiano do Quilombo de Frechal no Maranhão foram capitadas pela fotógrafa belga Christine Leidgens e fazem parte de um acervo que será exposto na inauguração de um espaço fotográfico na comunidade.
Cotidiano e resistência negra da Reserva Extrativista do Quilombo de Frechal foi captada pela fotógrafa belga Christine Leidgens. (Foto: Christine Leidgens/Arquivo Pessoal)

Cotidiano e resistência negra da Reserva Extrativista do Quilombo de Frechal foi captada pela fotógrafa belga Christine Leidgens. (Foto: Christine Leidgens/Arquivo Pessoal)

A luta pela liberdade e resistência dos negros no Maranhão foi eternizada com uma série de fotografias que retratam o cotidiano de um dos quilombos mais importantes do Brasil e que ainda mantém vivo a essência de seus ancestrais. No dia 12 de maio será inaugurado o primeiro Espaço Fotográfico da Reserva Extrativista do Quilombo de Frechal, localizado próximo ao município de Mirinzal, a 188 km de São Luís.

O espaço de valorização das origens conta com a exposição de 75 fotografias tiradas entre os anos de 1989 e 1995. A iniciativa partiu da fotógrafa belga Christine Leidgens, que há 20 anos cruzou o oceano Atlântico para conhecer o Movimento Negro no Brasil e eternizou por meio das lentes uma história de resistência étnica no Quilombo de Frechal.

O espaço será aberto ao público de Frechal um dia após a data que marca a Abolição da Escravatura no Brasil feita em 1888. Para a fotógrafa, a inauguração do local próximo a uma data tão marcante para a comunidade negra reforça o sentimento de valorização das origens e tradições dos negros do Brasil, em especial, no Maranhão.

Tradições e cultura de um dos quilombos mais importantes do Brasil foram estarão presentes em exposição fotográfica no Quilombo de Frechal, no Maranhão. (Foto: Christine Leidgens/Arquivo Pessoal)

Tradições e cultura de um dos quilombos mais importantes do Brasil foram estarão presentes em exposição fotográfica no Quilombo de Frechal, no Maranhão. (Foto: Christine Leidgens/Arquivo Pessoal)

Em entrevista ao G1, Christine Leidgens contou que veio ao Brasil a convite do Ministério das Relações Exteriores onde integrou um projeto de valorização da cultura negra. Ela conviveu com algumas comunidades quilombolas, dentre elas, Frechal, onde desenvolveu uma relação de muita amizade e respeito com o povo e suas origens.

Além de capitar através da fotografia os momentos e cotidiano da comunidade, Christine durante o tempo em permaneceu na comunidade, a fotógrafa recolheu depoimentos dos moradores do quilombo que em breve, estarão presentes em um livro que conta por meio da arte a história de Frechal. O livro está previsto para ser lançado em junho deste ano.

Nascida na Bélgica, Christine Leidgens é formada em Artes Visuais pela École 75 em Bruxelas e possui uma especialização em fotografia pela Hamden Art School nos Estados Unidos. Após desenvolver uma série de estudos, a fotógrafa buscou retratar por meio da sua arte o cotidiano étnicos revelando a diversidade humana e as tradições culturais.

A história da criação da Reserva Extrativista do Quilombo de Frechal está ligado à luta da comunidade que defende o reconhecimento do direito ao acesso à terra. O então ex-presidente Fernando Collor de Melo assinou o decreto presidencial no. 536 que reconheceu em 1992, o quilombo como Reserva Extrativista.

Fotografias foram tiradas entre os anos de 1989 e 1995. (Foto: Christine Leidgens/Arquivo Pessoal)

Fotografias foram tiradas entre os anos de 1989 e 1995. (Foto: Christine Leidgens/Arquivo Pessoal)

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