http://conaq.org.br/how-to-write-a-good-cause-and-effect-essay.
14 dez

Quilombolas de Mato Grosso realizam mais uma etapa do Projeto Compartilhando Mundos

Por Maryellen Crisóstomo

Realizado na última sexta-feira, 11, quilombolas de Mato Grosso realizaram mais uma etapa do Programa Compartilhando Mundos: o Webinar quilombos e quilombolas da Amazônia: os desafios para o (re) conhecimento. O evento on-line contou com a presença de lideranças quilombolas, políticas e representantes de vários órgãos públicos.

 

Após percorrer 107 comunidades quilombolas de seis Estados da Amazônia Legal, os Programas Novas Tecnologias e Povos Tradicionais e Compartilhando Mundos executam mais uma etapa em formato virtual, adaptando-se ao cenário da pandemia. Os programas são executados pela Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) em parceria com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, a Conaq.

Coordenadora da Conaq, Laura Silva, convidando a coordenadora da FASE/MT, Fran de Paula, para o webinar | Foto: aquivo Fran de Paula

O webinar com incidência política foi  um momento de debate e apresentação dos dados aos órgãos responsáveis pela implementação de políticas públicas para a população quilombola de Mato Grosso. “O programa Compartilhando Mundos surge a partir da demanda das comunidades de além da capacitação e levantamento de campo, também entender o que esses dados estavam trazendo. A necessidade de entender a análise desses dados. Esses instrumentos surgem para apoiar as comunidades em seus processos de gestão”, explica Meline Cabral, coordenadora dos Programas pela Ecam.

 

A co-fundadora da Conaq, Givânia Maria da Silva, avaliou os programas como uma oportunidade de metodologia de levantamento de dados criada com e para os quilombolas. “Tive o privilégio de ajudar a sistematizar essas ideias para que elas sejam compartilhadas com outros mundos, já que a gente está falando do nosso mundo a partir dessa relação com os quilombolas. É a construção de uma metodologia que permitiu que os quilombolas pudessem gerar e construir suas próprias percepções e materializá-las a partir da ideia de seus territórios e de seus direitos que são tão violados e atacados”, enfatiza Silva. 

 

Meline Cabral, coordenadora dos programas pela Ecam, apresentou os desafios para a titulação dos territórios, um requisito para o acesso às políticas públicas. “A gente teve longos anos de trabalho junto com a Conaq para a realização desse evento. A expectativa era poder realizar presencialmente, mas esse foi o formato possível em meio a pandemia”, ressaltou Cabral e anunciou que tão logo seja possível, os dados serão debatidos presencialmente.

 

Seis comunidades quilombolas do Mato Grosso foram contempladas com os Programas: Mata Cavalo de Cima, Mata Cavalo de Baixo, Aguaçu, Ponte da Estiva, Capim Verde e Mutuca. Realizados desde 2017,  o projeto promoveu a capacitação direta de mais de 230 quilombolas para administrarem as ferramentas Google Earth e Open Data Kit (ODK), com as quais foram realizados os levantamentos socioeconômicos de 98 territórios abrangendo 142 comunidades. Já a capacitação de análise de dados alcançou mais de 250 quilombolas. “Tivemos em campo mais de 800 quilombolas aplicando essas ferramentas, mostrando a importância dessas capacitações e da reprodução do conhecimento dessas comunidades, ampliando para outros jovens das comunidades” pontua Cabral.

 

Os programas são realizados por meio de parceria da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) e Ecam (Equipe de Conservação da Amazônia) com o apoio do Google Erath Outreach e USAID/Brasil.

Acesse aqui a publicação Quilombos e Quilombolas da Amazônia: os desafios para o (re)conhecimento

Assista ao vídeo do webinar disponível no YouTube

 

 

 

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