Mobilização pela Justiça – Primeira Audiência do Caso da Quilombola Mãe Bernadete Pacifico
Aconteceu nesta quinta-feira(04), a primeira audiência do caso do assassinato da liderança quilombola e coordenadora da Conaq, Bernadete Pacífico. O crime brutal que foi repercutido internacionalmente contra a líder do ‘Quilombo Caipora’, município de Simões Filho – BA, em 17 de Agosto de 2023.
A primeira audiência aconteceu no Fórum da Justiça de Simões Filho e estavam presentes, familiares de Mãe Bernadete, os réus e seus defensores, representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e os advogados da família. Porém, por ausência de uma das testemunhas, não foi possível dar seguimento na sessão e a nova audiência foi remarcada para 2 de Maio para oitiva de testemunha arrolada pela defesa e interrogatório dos réus.
O Ministério Público da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato Maria Bernadete Pacífico Moreira, Mãe Bernadete, por homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. Foram denunciados Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos, Marílio dos Santos, Sérgio Ferreira de Jesus e Ydney Carlos dos Santos de Jesus. A denúncia foi recebida pela 1º Vara Criminal da comarca de Simões Filho-BA.
Ainda na quarta-feira (3), três suspeitos de envolvimento na morte da líder quilombola foram incluídos no Baralho do Crime, catálogo que reúne informações dos foragidos mais perigosos da Bahia. A informação foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Os homens são procurados pelo assassinato da líder em 17 de agosto do ano passado, ocorrido na sede do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Relembre o caso:
A líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico, de 72 anos, foi morta a tiros em Simões Filho (BA) na noite de quinta-feira (17/08), seis anos após o assassinato de um de seus filhos, Fábio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho do Quilombo, em 2017.
Coordenadora da Conaq, matriarca do quilombo Pitanga dos Palmares e ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, a líder era conhecida como Mãe Bernadete e passou a vida lutando pelos direitos dos quilombolas.
Desde 2017 ela lutava por Justiça pelo assassinato de Binho, que até hoje continua impune. Há anos Bernadete vinha também denunciando as ameaças que recebe e a perseguição aos quilombolas.