
“É momento de ouvir o eco das mulheres negras e quilombolas”; entenda o que significa o dia 25 de julho
Por: Wynnie Andreza Pinto
Edição: Letícia Queiroz
“É o momento de se ouvir o eco das mulheres negras, das mulheres quilombolas. É um dia de trazer a importância e o papel que as mulheres têm assumido nos espaços políticos e de controle social”, foi o que disse Célia Pinto, Coordenadora Executiva da Coordenação Nacional de Quilombos (CONAQ).
No dia 25 de julho é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
“Essa data tem muito significado para nós, porque traz para a sociedade o que é ser mulher negra, o que é ser mulher negra quilombola nesse continente, nesse espaço que foi uma conquista. É uma luta muito grande por conta de todo esse processo que se vive hoje no mundo, e principalmente na América Latina e Caribenha.
Quem foi Tereza de Benguela?
Tereza de Benguela foi uma mulher negra que viveu no século XVIII no Quilombo do Quariterê (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia). Ela se tornou líder do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por 20 anos.
Conhecida como “Rainha Tereza”, ela coordenava um forte aparato de defesa e articulou um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade. Tereza de Benguela morreu após ser capturada por bandeirantes. Tereza de Benguela é exemplo de força e inspiração de organização para milhares de mulheres quilombolas.
Assim como Tereza, as mulheres quilombolas são sinônimos de resistência. Ela tem um papel fundamental nas lutas pela manutenção, organização e regularização dos territórios, preservação e transmissão de saberes e das tradições. São mulheres que lutam contra todas as formas de violência, opressão e violação de seus corpos e de seus direitos.
Hoje, num novo contexto, a mulher quilombola vem ocupando espaços, mas ainda almeja uma sociedade justa e igualitária, livre de operações e racismo e dos diversos tipos de violência.
Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e teve origem durante o 1° Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992.
O evento reuniu mulheres negras de diversos países para a discussão de temas e de estratégias de luta, denunciar opressões, debater soluções para a luta contra o racismo e compartilhar suas vivências.