08 mar

Dia da mulher: O protagonismo das mulheres quilombolas

Por: Mayara Abreu 

 Dia de dizer que as vozes da mulheres nunca serão silenciadas. 


Foto: Nathalia Purificação

No dia em que se comemora a luta e resistência das mulheres contra a desigualdade salarial, machismo, violência, entre outras, percebe-se que, ser mulher e principalmente ser uma mulher quilombola ainda é sinônimo de luta constante diante do cenário machista enraizado na sociedade. 

O dia internacional da mulher dá ênfase não apenas á luta, mas principalmente á importância da figura feminina nos mais diversos seguimentos da sociedade. 

A mulher quilombola tem ao longo da sua história função de protagonista, sempre foi e continua sendo o pilar no processo de luta. 

Nos quilombos as mulheres sempre se descataram em relação às organizações e conquistas, como por exemplo, Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela, Anastácia entre outras. 

Historicamente, os territórios quilombolas sempre foram espaços e cenários de grandes referências femininas,  tanto no meio social, econômico e também político. 

Hoje, não é diferente, as mulheres continuam ganhando força e deixando seus nomes registrados na história.

Valéria Carneiro, mulher preta do quilombo de Pau-furado , Salvaterra, Marajó, Coordenadora estadual da Malungo e do Coletivo de Mulheres da Conaq, faz uma análise sobre o atual governo e sobre o protagonismo feminino. 

Valéria Carneiro (foto: Nathalia Purificação)

“Nós mulheres, sempre fomos quem mais sofremos os ataques desse país machista e racista. Nossos direitos nunca foram dados e sim conquistados. Ter um presidente que antes mesmo do mandato já se referia as mulheres como um objeto, não poderíamos esperar que fosse diferente. Por outro lado, ter mulheres ocupando espaços de poder, significa ter representatividade de uma parcela da população marcada por um passado de inúmeras discriminações”

A mulher quilombola é sinônimo de resistência permanente. Pois elas lutam não somente  pelas suas vidas, mas também lutam por territórios, direitos, saúde, educação e compõe grande parte da força política no Brasil e no mundo. 

Vítimas das mais diversas formas de opressão, as mulheres contudo, surgem como protagonistas dentro de casa, no mercado de trabalho, na sociedade e dentro de si mesmas. 

O protagonismo é da mulher, mas a luta deve ser coletiva. O 08 de março não pode se tornar uma data comemorativa, mas sim de conscientização. Dia de dizer que as vozes das mulheres nunca serão silenciadas. 

“Continuaremos em protesto e em busca por justiça, por tantos feminicídios, por todas que lutam para colocar o pão na mesa, por todas que sofrem abuso sexual e por todas que infelizmente ainda são violentadas” concluiu Valéria. 

 

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