12 fev

COVID-19: boletim epidemiológico 12/12

Por Jéssica Albuquerque

O número de óbitos nos territórios quilombolas ainda é crescente, estes confirmados a partir do monitoramento realizado pela Conaq em parceria com o ISA. De acordo com monitoramento autônomo desenvolvido pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) junto aos territórios, em 12 de fevereiro de 2021, foram diagnosticados nos estados que a CONAQ atua: 5.119(cinco mil e cento e dezenove) casos confirmados, 1.458 (um mil quatrocentos e cinquenta e oito) casos monitorados, 204 (duzentos e quatro) óbitos e 02 (dois) óbitos sem confirmação de diagnóstico (Bahia, Minas Gerais).

Esses dados revelam uma alta taxa de letalidade da COVID-19 entre os quilombolas e uma grande subnotificação de casos. Situações de dificuldades no acesso a exames e denegação de exames a pessoas com sintomas têm sido relatadas pelas pessoas dos quilombos.

A invisibilidade do alastramento da doença em territórios quilombolas revela uma situação potencialmente drástica, que não tem recebido a atenção devida das autoridades públicas e dos meios de comunicação dominantes. Dados da transmissão da doença em territórios quilombolas são sub-notificados, pois muitas secretarias municipais deixam de informar quando a transmissão da doença e morte ocorre entre pessoas quilombolas. Fator que reforça o déficit no sistema público de saúde se torna evidente, quanto a ausência de testes para confirmação da doença entre a população quilombola.

 

Apesar de alguns estados terem avançado na imunização de quilombolas, a maioria não tem previsão de quando as doses serão aplicadas. O impasse em relação ao monitoramento de quilombolas imunizados é nítida, já que o critério para aplicação das doses continua sendo a idade.

 

 

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