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18 dez

CONAQ e PCN: Irmanando Laços Afro-Diaspóricos na América Latina

Entre os dias 12 a 15 de dezembro, a CONAQ teve a satisfação de receber os companheiros do Processo de Comunidades Negras-PCN e da ACONC- Asociación de Consejeros Conmunitarios del Norte del Cauca, homens e mulheres lideranças provenientes de comunidades negras rurais da Colômbia.

A visita no Brasil foi a última etapa deste primeiro projeto de intercâmbio entre as lideranças quilombolas e palenqueras do Brasil e da Colômbia. A primeira etapa deste encontro ocorreu em outubro deste ano na Colômbia.

Durante os dias de intercâmbio, as lideranças afro-colombianas provenientes de comunidades palenqueras (como se identificam as comunidades negras rurais na Colômbia) tiveram a oportunidade de conhecer a realidade sobre as políticas brasileiras existentes para as comunidades quilombolas. A realização deste intercâmbio inédito contou com a parceria da apoio da organização RRI-Rights and Resources Initiative, uma coalizão de organizações a nível global que promove os direitos de povos e comunidades, a qual a CONAQ  e o PCN estão incluídos como colaboradores.

O primeiro dia de encontro contou com a participação de representantes de instituições de governo diretamente relacionadas às pautas quiolombolas. Estiveram presentes o INCRA-Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária; SEPPIR- Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial ; Fundação Palmares; Ministério do Meio Ambiente e IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Também foram convidadas algumas organizações não governamentais que estão em contato próximo com a CONAQ, desenvolvendo alguns projetos em parceria como a Equipe de Conservação da Amazônia-ECAM e o Instituto Sócio Ambiental- ISA. A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional- USAID também esteve presente enquanto parceira em relação a cooperação internacional.

As pautas sobre a titulação coletiva dos territórios quilombolas e as formas de gestão territorial e ambiental dos territórios foram as que mais tiveram discussão e interesse por parte dos convidados da Colômbia.

O segundo dia de intercâmbio contou com uma proveitosa visita ao Território Quilombola de Kalunga, segundo maior território quilombola do Brasil e exemplo de autogestão coletiva.

Os palenqueros colombianos conheceram duas lideranças do território, o senhor Sirilo e a senhora Getúlia além da jovem Silvania que lhes contaram sobre o histórico da comunidade, características produtivas e culturais e processos internos de organização e gestão, especialmente nas áreas da educação quilombola, produção orgânica sustentável e turismo de base comunitária.

Os palenqueros avaliaram de forma positiva a visita aos companheiros quilombolas de Kalunga. Puderam matar muitas dúvidas, ouvir histórias e identificar semelhanças em suas trajetórias, culturas e planos de futuro.

 

O último dia de intercâmbio aconteceu na sede da CONAQ, onde os representantes das duas organizações puderam compartilhar suas impressões sobre o intercâmbio no Brasil e o projeto como um todo. De ambas as partes, a intenção é que este seja o primeiro de muitos outros projetos de intercâmbio entre os povos afro rurais da América Latina. Além de estreitar nossos laços entre os movimentos do Brasil e da Colômbia temos que nos unir aos demais companheiros afro-rurais de outros países vizinhos.

Frente ao novo cenário político de incertezas no Brasil, o PCN se colocou à disposição para apoiar aos quilombolas brasileiros sempre que for necessário. Ressaltaram que devemos continuar firmes na luta por nossos direitos e nos espelhar nos nossos ancestrais do passado que através de diversas estratégias de resistência garantiram a nossa existência e liberdade nos tempos atuais. “Quanto mais difícil o caminho, melhor se chega à meta” ressaltou um irmão colombiano, e a meta dos povos afro-diaspóricos sempre foi a liberdade, em todos os seus sentidos.

Através do encontro entre a CONAQ e os companheiros do PCN, estamos ainda mais irmanados nos nossos planos de futuro digno e autônomo para as comunidades afro rurais, seguiremos sendo resistência, cada vez mais próximos e unidos nesta rota conjunta de liberdade.

*Mais fotos sobre o Intercâmbio podem ser vistas emhttps://www.flickr.com/photos/140988177@N07/albums/72157704731988765

**Escrita e fotos Ana Carolina Fernandes- Assessoria de Comunicação CONAQ

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