06 abr

CONAQ, com apoio do Fundo Malala, abre edital de inscrições na Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas

 

As meninas selecionadas terão acesso a encontros e oficinas virtuais sobre identidade e história das comunidades quilombolas do Brasil. A Escola Nacional vai preparar estudantes para atuarem na defesa do direito à educação quilombola de qualidade e abordará questões de território, gênero e enfrentamento ao racismo e ao sexismo.

 O Coletivo de Educação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) torna público nesta quarta-feira (6) edital para selecionar estudantes para a Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas.

Apoiado pelo Fundo Malala, o projeto oferece 50 vagas para estudantes quilombolas, sendo 37 para meninas e 13 para meninos. Outras 50 vagas são exclusivas para professoras e professores que poderão se inscrever em conjunto com as jovens quilombolas interessadas.

O objetivo da formação é fortalecer a identidade das adolescentes quilombolas de diferentes regiões do Brasil sobre questões que são ignoradas pelo currículo formal das escolas. Serão discutidos temas sobre a história das comunidades quilombolas, garantia de direitos e acesso à educação, questões de gênero, raça e território, combate ao racismo, engajamento na luta política do movimento quilombola, entre outros. As selecionadas irão receber um tablet e apoio para obterem materiais didáticos e acesso à internet.

“A Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas nasce em função de percebermos o quanto as vozes das mulheres quilombolas ainda são silenciadas e o quanto o sistema educacional atual colabora com esse silenciamento. A ideia é fortalecer as vozes dessas meninas com conteúdos para que possam defender seus territórios e seus modos de vida. A Escola vai reunir meninas da educação básica do Brasil inteiro. Vamos formar novas lideranças para combater o racismo e sexismo”, explica Givânia Silva, coordenadora do Coletivo de Educação da CONAQ e integrante da Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala no Brasil.

As meninas selecionadas terão encontros regulares online seguindo um programa pedagógico elaborado por professoras e professores quilombolas, que também irão promover ações de advocacy.

A Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas será um espaço de estímulo e de luta para meninas e meninos que enfrentam defasagens e desigualdades na educação e sentem-se ainda mais longe de realizarem o sonho de entrar nas universidades. Após a formação, os participantes, conscientes de seus direitos, terão a capacidade necessária para defender a educação quilombola de qualidade, denunciando e cobrando o Estado. O projeto ainda beneficiará professoras e professores de escolas quilombolas na busca por mais conhecimentos sobre a história, modos de vida e direitos quilombolas.

 

Como participar?

Podem participar meninas e meninos quilombolas do 8º ano do Ensino Fundamental e do 2º ano do Ensino Médio, além de professoras e professores quilombolas. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no site da CONAQ e o prazo para a apresentação de candidaturas é seguem abertas até o dia 1º de maio. Para concorrer a uma das vagas, as candidatas devem estar atentas aos prazos do edital, documentação exigida e outras etapas da seleção, que incluem o envio de uma redação sobre como é ser menina e estudante quilombola e, se necessário, conforme a quantidade de inscrições, uma entrevista. O resultado final com a lista de selecionados está previsto para o dia 16 de maio.

 Quem pode participar?

  •   Meninas e meninos quilombolas que estejam cursando os anos finais do Ensino Fundamental II (8º ou 9º anos) e/ou 1º ou 2º ano do Ensino Médio.
  •   Professoras e professores que atuam na educação escolar quilombola, preferencialmente nos anos finais do Ensino Fundamental II (8º ou 9º anos) e/ou 1º ou 2º anos do Ensino Médio.

Mais informações podem ser conferidas no edital, disponível no site da CONAQ. Em casos de dúvida, basta entrar em contato com a CONAQ pelo e-mail escolanacionalquilombola@gmail.com 

 

Sobre a CONAQ

O Coletivo de Educação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) é uma organização de âmbito nacional, sem fins lucrativos, que representa quilombolas do Brasil. Os objetivos da CONAQ são lutar pela garantia de uso coletivo do território,  pela implementação de projetos de desenvolvimento sustentável e políticas públicas de organização das comunidades de quilombo, por educação de qualidade e coerente com o modo de viver nos quilombos, pelo protagonismo e autonomia das mulheres quilombolas, pela permanência de jovens nos quilombos e, acima de tudo, pelo uso comum do território, dos recursos naturais e em harmonia com o meio ambiente.

Sobre a Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala                                       

Inspirado pelas raízes de Malala e Ziauddin Yousafzai como ativistas locais no Paquistão, o Fundo Malala estabeleceu em 2017 a Rede de Ativistas pela Educação (Education Champion Network) para investir, apoiar o desenvolvimento profissional e dar visibilidade ao trabalho de mais de 80 educadores de oito países que trabalham a nível local, nacional e global em defesa de mais recursos e mudanças políticas necessárias para garantir educação secundária a todas as meninas. O Fundo Malala apoia educadoras e educadores no Afeganistão, Brasil, Etiópia, Índia, Líbano, Nigéria, Paquistão e Turquia. No Brasil, a Rede é formada por 11 ativistas dedicados a construir esforços coletivos pela educação escolar de qualidade nas regiões do país onde a maioria das meninas não frequenta o ensino secundário, com foco em meninas negras, indígenas e quilombolas. 

 

Contato para imprensa

Letícia Queiroz  | Comunicação – CONAQ (63) 98131-5509 | letiqueirozfreitas@gmail.com 

Karina Gomes | Comunicação – Fundo Malala (11) 98849-7361 | karina.gomes@malalafund.org  

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