26 fev

Maranhão recebeu mais uma etapa dos programas Novas Tecnologias e Povos Tradicionais e Compartilhando Mundos

 

Por Maryellen Crisóstomo

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) realizou junto aos quilombos do Maranhão a etapa de devolutiva dos dados com incidência política, fruto do levantamento socioeconômico realizado junto a nove quilombos do Estado. A pesquisa é uma ação dos programas Novas Tecnologias e Povos Tradicionais e Compartilhando Mundos, que percorreu 107 comunidades quilombolas de seis Estados da Amazônia Legal. O Webinar foi realizado na manhã da última quinta-feira, 25.

Com uma breve apresentação da trajetória da Conaq, Ivo Fonseca da Silva, coordenador nacional da instituição, ressaltou a importância da capacidade de intervenção política do movimento nacional em prol das conquistas e consolidação dos direitos quilombolas vigentes. “A política quilombola é um processo, a cada dia a gente conquista algo: na saúde, na educação”, pontuou Silva.

O protagonismo dos quilombolas no levantamento e análise dos dados do levantamento ressignificou o conceito de pesquisa junto a territórios quilombolas. “Essa parceria que nós tivemos com a Ecam nós trabalhamos essa pesquisa, que chamo de estudo científico, porque são dados que nós levantamos. Nós definimos o conceito de renda que está nessa pesquisa”, pontua Silva.

Os programas contam com o apoio da USAID Brasil e do Google Earth Outreach.

 

Levantamento dos Dados

As comunidades atendidas pelos programas no Maranhão, são: Graça de Deus, Colônia, Porto do Nascimento, Frechal, Santiago, Santa Teresa, Bom Viver, Mirinzal, Deserto e Rumo. Somando um total de 564 casas visitadas.

Valdilene Mondego, liderança do quilombo Frechal que contribuiu com o levantamento dos dados, ressaltou as boas lembranças do período de aplicação da pesquisa. “Levantar esses dados, não só do meu quilombo, mas, das outras comunidades quilombolas, possibilitou a gente conhecer a realidade de cada morador. É um grande prazer compartilhar tudo o que a gente vive”, enfatiza Mondego.

Também estiveram presentes no webinar:

Representante da Secretaria Extraordinária da Igualdade Racial do Estado do Maranhão (SEIR) 

 Representante da Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ) 

 Representante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Mirinzal/MA e

Representante da Prefeitura de Mirinzal

 

Sobre os Programas

A coordenadora dos programas Novas Tecnologias e Povos Tradicionais e Compartilhando Mundos pela Ecam, Meline Cabral, falou sobre a necessidade de adaptação do formato da devolutiva dos dados em decorrência da pandemia de COVID-19. “Se tudo der certo nós teremos um momento presencial ainda neste ano para fazer um evento e compartilhar um pouco mais sobre o que foi levantado”, justificou.

Programas Novas Tecnologias

Segundo Meline, este programa surge como uma ferramenta de capacitação para as comunidades voltadas às ferramentas de mapeamento como o Google Terra (Google Earth) e o ODK (Open Data LKit)  que possibilitou o levantamento e a coleta dos dados da Socioeconomia das comunidades. Nesse programa mais de 230 quilombolas foram capacitados e mais de 800 foram a campo realizar o levantamento. “Esse foi um resultado muito interessante do projeto porque foi realmente replicação do conhecimento. Os representantes que foram capacitados voltaram para suas comunidades e capacitaram novas pessoas”, pontua Meline.

Já o programa Compartilhando Mundos, Meline explica que ele surge de uma demanda das comunidades de ir além das coletas dos dados e da capacitação das tecnologias, sendo necessário fazer a análise desses dados e entender as demandas atuais. “Esse é um processo muito importante para a questão da gestão territorial: para entender o passado e conhecer o presente para poder planejar o futuro”, ressalta Meline.

Além do Maranhão, Amapá, Pará, Mato Grosso e Tocantins também já receberam esta etapa dos programas. Ainda falta o Estado de Rondônia.

Você ainda pode assistir o webinar em nosso canal do YouTube:

 

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