Coleção Terras de Quilombos ganha novos livretos

Quilombolas da comunidade Santa Rosa dos Pretos, em Itapecuru-Mirim (MA)
Crédito: Arquivo Incra

 

As narrativas de comunidades quilombolas reunidas na coleção Terras de Quilombos ganharam novas edições, com o lançamento de mais 14 livretos, desta vez com destaque para a região Nordeste do Brasil. A coletânea é resultado de parceria entre o Incra, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

São relatos de comunidades do Maranhão, Piauí, Sergipe e Minas Gerais. O texto das publicações tem como base os relatórios antropológicos elaborados por técnicos do Incra durante a construção do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), a primeira etapa do processo de regularização de territórios quilombolas realizado pela autarquia.

Cada livreto recebe 500 impressões, sendo que 200 são compartilhadas com a comunidade – para uso nas escolas e como apresentação junto a órgãos e entidades – e o restante é distribuído entre Incra, Sead, Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e demais parceiros. As publicações também estão disponíveis para acesso via internet no portal da autarquia em www.incra.gov.br/memoria_quilombola.

Com linguagem acessível, os livretos possuem extensão em torno de 20 páginas e se propõem a formar uma linguagem pública sobre as comunidades quilombolas e popularizar o conteúdo científico dos relatórios antropológicos.

Segundo Júlia Dallacosta, da Coordenação-Geral de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra, a análise dos laudos antropológicos visa elaborar um panorama nacional e regional do histórico de ocupação do território brasileiro pelos grupos de ancestralidade africana.

“Busca-se responder questões de pesquisa acerca de como se deu a ocupação do território brasileiro pelos grupos negros no Brasil no período escravista e pós-escravista; que processos de ocupação territorial são comuns às diferentes comunidades étnicas hoje denominadas comunidades quilombolas; e se existem particularidades regionais no que se refere ao histórico dos processos territoriais vivenciados”, explica.

Os laudos antropológicos incluem informações como histórico de ocupação; caracterização do território; principais conflitos em questão; atividades produtivas essenciais e potenciais; modos de ser e viver do grupo; saberes e fazeres da comunidade; e principais desafios enfrentados pela população.

Instrumento de pleito pelas comunidades

O público-alvo que se pretende alcançar com as publicações é composto pelas próprias comunidades, sociedade civil e gestores públicos municipais, estaduais e federais, bem como pesquisadores ligados à temática quilombola que encontram no material um ponto de partida para a compreensão da formação, permanência e afirmação dos quilombos no Brasil.

“Desse público-alvo, as comunidades quilombolas são, sem dúvida, as mais interessadas, pois têm acesso a um material que retrata, de modo acessível, a sua história e a sua luta pela territorialidade. Ademais, por meio do contato com as histórias das outras comunidades quilombolas em toda extensão territorial brasileira, percebem que seu pleito faz parte de uma mobilização coletiva”, explica a professora Lilian Gomes, coordenadora do projeto pela UFMG.

Segundo avaliação da equipe responsável pelo projeto no âmbito acadêmico, o trabalho utiliza parâmetros teórico-metodológicos inéditos e tem recebido um retorno positivo do público. “O material tem sido central para dar visibilidade tanto para a singularidade das histórias de formação dos quilombos e de sua luta, quanto para que as próprias comunidades tenham um documento que sintetiza suas narrativas e possam pleitear suas demandas por políticas públicas junto aos órgãos responsáveis”, avalia a coordenadora.

Confira aqui os novos livretos da coleção Terras de Quilombos, edição 2017.

 

 

 

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