11 nov

Boletim Epidemiológico: já são mais de 4.600 quilombolas contaminados pela COVID-19

De acordo com monitoramento autônomo desenvolvido pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) junto aos territórios, em 11 de novembro de 2020, foram diagnosticados nos estados que a CONAQ atua: 4.631 (quatro mil seiscentos e trinta e um) casos confirmados, 1.404 (um mil quatrocentos e quatro) casos monitorados, 168 (cento e sessenta e oito) óbitos e 03 (três) óbitos sem confirmação de diagnóstico (Bahia, Minas Gerais e Pará). 

Esses dados revelam uma alta taxa de letalidade da COVID-19 entre os quilombolas e uma grande subnotificação de casos. Situações de dificuldades no acesso a exames e denegação de exames a pessoas com sintomas têm sido relatadas pelas pessoas dos quilombos. 

Devido à falência estrutural de sucessivos governos e dinâmicas de racismo institucional, os quilombos não contam com um sistema de saúde estruturado, ao contrário, os relatos da maior parte dos quilombos é de frágil assistência e da necessidade de peregrinação até centros de saúde melhor estruturados. As condições de acesso à água em muitos territórios é motivo de preocupação, pois também dificulta as condições de higiene necessárias para evitar a propagação do vírus. Essa situação tende a ser agravar exponencialmente com as consequências sociais e econômicas da crise da  COVID-19 na vida das famílias quilombolas. 

Desde 11 de abril quando foi registrado o primeiro óbito entre quilombolas, no período de 214 dias  a Coordenação nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) denuncia 168 óbitos e o contínuo descaso do Estado brasileiro.

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