Boletim Epidemiológico: Escassez de alimentos dificulta o período de isolamento social nos quilombos
O cronograma de vacinação contra a Covid-19 tem buscado abranger toda população prioritária, onde os números afirmam que no Amazonas 1.611 quilombolas receberam doses da astrazeneca e 35, da corona vac. Já no Tocantins, 9.236 quilombolas já foram vacinados, e em Rondônia 1.015.
O Rio Grande do Norte iniciou ontem a segunda dose para aqueles com idade entre 18 e 29 anos. Nesse período de espera, foi constatado que o contágio dentro dos quilombos reduziu gradativamente, após a primeira aplicação, o que influenciou também a mudança de opinião dos que recusaram no início da campanha.
Porém, cabe destacar as falhas ainda persistentes nessa etapa de distribuição das vacinas, dado que inúmeras doses foram enviadas para regiões onde não há quilombolas, todavia com a proposta de beneficiá-los.
Ademais, a garantia da segurança alimentar nos territórios nesses últimos meses, tem sido debatida em discussões internas e externas, visto que a falta de apoio do governo federal quanto à assistência com cestas básicas, dificulta a sobrevivência dos povos quilombolas também prejudicados pela pandemia e suas consequências:o aumento do desemprego, isolamento social, uma crescente desigualdade social e racial, além de outros parâmetros aos quais os quilombos são impostos.
Diante disso, é justificável e válido todos e quaisquer atos de manifestações e cobranças através de ofícios, reuniões com secretarias, a maioria tendo a Conaq como frente das solicitações. Demonstra também que para adquirirmos a democracia muito defendida hoje, ainda há um caminho muito longo a ser traçado, para que a voz de todos passe a ser valorizada.
