Boletim epidemiológico: Pandemia expõe violações dos direitos quilombolas
Por Jéssica Albuquerque
A resistência nos territórios se ratificou nesses últimos meses de pandemia, e se vê ainda mais necessário o fortalecimento da luta, diante das falhas recorrentes por parte das autoridades sanitárias quanto à conscientização e proteção contra a Covid-19. Com os da faixa etária de 40 anos acima já vacinados, alguns quilombos agora buscam pela garantia do acesso à vacina dos demais grupos, principalmente incluindo aqueles que não residem nos territórios.
Apesar do foco, sobretudo da mídia, sobre o processo de imunização, tanto de produção quanto de repasses feitos pelos governos, o nível de letalidade da Covid-19 ainda é preocupante, no qual reafirma um relaxamento das medidas restritivas impostas para diminuir a disseminação do vírus.
Tal realidade nos quilombos também é factual, e tem sido acompanhada pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) no monitoramento feito em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), onde os mesmos reiteram a importância da imunização em massa dos quilombolas.
Esse acompanhamento se justifica através de ofícios encaminhados para as secretarias de saúde, nos quais contém o quantitativo de quilombolas nos territórios. Para a garantia dos direitos da população quilombola, a Conaq também procura firmar a seguridade dos benefícios a eles destinados, a partir da exigência de levantamentos feitos pelas secretarias, onde devem constar quais territórios receberam a vacinação de maneira geral ou parcial.