24 jun

Boletim Epidemiológico

Por Jéssica Albuquerque

O Brasil registra a marca de 500 mil mortos vítimas da Covid-19, é visível que ainda temos um longo caminho a percorrer, para que pelo menos a metade da população possa ser imunizada e a partir daí, atingir a imunidade de rebanho.

No contexto quilombola este cenário não é tão diferente, uma vez que não foi definido qual vacina seria designada para esses grupos, tal questionamento se faz necessário, visto que, sendo elas Astrazeneca ou CoronaVac, ambas têm seu período de espera para que a segunda dose possa ser aplicada. Todavia, há diversos casos em que não foi avaliado este cenário, ocasionando a demora na distribuição das doses nos quilombos.

Vale ressaltar a importância da vacina para o combate à Covid-19, na qual não anula as outras medidas restritivas de segurança para evitar a disseminação do vírus, ademais a consciência para o caso de repugnância à vacinação, compreender que os fatores de risco incluem quaisquer idades ou gênero. Tal ponto também é um dos fatores de prorrogação da pandemia, onde as doses faltam principalmente para os grupos prioritários como é o caso dos quilombolas.

O quilombo de Caraíbas/SE, por exemplo, não recebeu nenhuma dose da vacina, tal conjuntura ainda não foi justificada pela prefeitura local, nem por parte das autoridades sanitárias, onde o critério idade ainda está sendo seguido pelos mesmos e que contraria todos os parâmetros impostos na ADPF 742/2020, diante da vulnerabilidade constatada nos quilombos.

Infelizmente o número de Comunidades quilombolas que ainda não receberam a primeira dose é desconhecido, principalmente devido às dificuldades de acesso aos inúmeros de territórios existentes no Brasil. Não são casos isolados, onde reforçam a necessidade de cobrar judicialmente as falhas recorrentes neste processo de imunização.

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