22 jun

Quilombos do Pará registram 33 óbitos e regiões Norte e Nordeste representam 80% das mortes por COVID-19 entre a população quilombola

Ascom Conaq

Devido à falência estrutural de sucessivos governos e dinâmicas de racismo institucional, os quilombos não contam com um sistema de saúde estruturado, ao contrário, os relatos da maior parte dos quilombos é de frágil assistência e da necessidade de peregrinação até centros de saúde melhor estruturados. As condições de acesso à água em muitos territórios é motivo de preocupação, pois também dificulta as condições de higiene necessárias para evitar a propagação do vírus. Essa situação tende a ser agravar exponencialmente com as consequências sociais e econômicas da crise da  COVID 19 na vida das famílias quilombolas.

Desde 11 de abril quando foi registrado o primeiro óbito entre quilombolas, em 72 dias morreu, morreu em média, mais de 1 quilombola por dia, os números são: 33 (trinta e três) óbitos no Pará; 15 (quinze) óbitos no Amapá; 09 (nove) óbitos no Rio de Janeiro; 09 (nove) óbitos em Pernambuco; 07 (sete) óbitos no Maranhão; 03 (três) óbitos na Bahia; 03 (três) óbitos no Espírito Santo; 02 (dois) óbitos no Goiás; 01 (um) um óbito no Amazonas; , 01 (um) óbito no Ceará, 01 (um) óbito no Mato Grosso; 01 (um) óbito na Paraíba.

Quilombos de 17 Estados já registram casos de contaminação:  Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, Rondônia.

Durante o monitoramento desenvolvido pela Conaq junto aos territórios, desde o início do isolamento social no Brasil foram diagnosticados nos estados que a Conaq atua: 824 (oitocentos e vinte e quatro) casos confirmados, 192 (cento e noventa e dois) casos monitorados, 86 (oitenta e seis) óbitos e 02 (dois) óbitos sem confirmação de diagnóstico (Bahia e Minas Gerais). Nesta semana a Paraíba entrou para a lista de Estados com óbitos.

A desigualdade do enfrentamento ao Coronavírus já se mostra evidente nos quilombos, e será devastador se a doença mantiver este ritmo de alastramento e letalidade. A CONAQ tem chamado atenção para fatores estruturais alarmantes sobre as consequências da proliferação do coronavírus nos territórios quilombolas.

Acesse a plataforma on-line de monitoramento do avanço da COVID-19 nos quilombos do Brasil (quilombosemcovid19.org)

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