19 maio

Comunidades do estado do Rio Grande do Sul recebem doações de organizações estaduais e CONAQ

Nos últimos meses, comunidades quilombolas estão sendo atingidas pelo novo vírus covid-19. A maioria das comunidades ficam localizadas em zona rural, consequentemente mais afastadas de centros de saúde, farmácias, hospitais e lugares que podem prestar apoio em caso de emergência. Pensando nisso, organizações de apoio ao direitos humanos, decidiram realizar doações à comunidades que estão mais vulneráveis ao vírus, doando materiais de higiene e cestas básicas para famílias.

Nas últimas semanas de Maio, comunidades quilombolas do estado do Rio Grande do Sul receberam doações de cestas e kits de higiêne, feitas pela organização CODENE, com o apoio da CONAQ e outras organizações do estado. Foram entregues à 3800 cestas para serem entregues em 174 comunidades quilombolas, segundo o atual presidente da CODENE, houve divergência em algumas entregas, pois no estado do Rio Grande do Sul são 134 comunidades quilombolas, mas existem cerca de 40 comunidades que estão em processo de reconhecimento e titulação.

Segundo o coordenador nacional da CONAQ e representante do estado do Rio Grande do Sul, José Alex Borges relata que foi um processo muito árduo, porém com muito sucesso nos resultados. Ele também relata a importância dessas ações nas comunidades do estado:

“A importância disso é ter um movimento organizado para ajudar quem realmente necessita de políticas públicas, que e nossas famílias quilombolas, onde não tem renda, não tem emprego, vem de uma longa seca, onde boa parte é aposentado e trabalham de diarista e o movimento social quilombola vem de encontro em ajudar que as políticas publicas não fiquem só nos centros urbanos mas que atinja o meio rural também, e essa e a importância desse trabalho e dessa ação Conaq e CONDENE que tem um presidente favorável a nossa causa.”

Celsio Procópio, presidente da organização CODENE, nos conta também sobre o processo de planejamento da distribuição das cestas:

“Assim que começou a pandemia nós nos reunimos enquanto conselho e definimos 12 recomendações do governo do nosso estado, para o enfrentamento da questão pandêmica, e dentre esses enfretamentos nos vimos que a questão da saúde era fundamental, e com isso vimos a necessidades das cestas básicas, pois o auxílio emergencial ele iria demorar e dificilmente ele iria chegar em algumas famílias periféricas e famílias quilombolas em especial, pela dificuldade de internet e outras… então nós decidimos implementar as cestas básicas, começamos a pressionar junto ao governo para que essa ação saísse, e gostaria de ressaltar a parceria do secretário Catarino, o diretor Mauricio, o Coordenador de Igualdade Racial Jonas Bori […]”

Segundo o Procópio, as ações continuaram e que pretedem superar o número de 4 mil cestas distribuídas.

Além dos problemas com a pandemia, as comunidades negras rurais do estado do Rio Grande do Sul, enfrenta uma longa seca. O conselho estadual pretende incluir na pauta das urgências das comunidades projetos que reduzem o problema da seca no estado.

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