“O meu sentimento desde que recebi a notícia da aprovação é algo que nunca imaginei sentir. É um sentimento que aquece a alma. Até então, eu não me sentia preparado para ingressar numa faculdade, mas graças a Deus, consegui. A aprovação pelo Sisu é uma grande porta. Sinto-me muito grato pela oportunidade que o sistema de cotas me proporcionou”.
Pela primeira vez na história jovens como Fábio Alberto Gonçalves, de 18 anos, da comunidade quilombola Calderão, Salvaterra, Ilha do Marajó/PA, tiveram o direito à reserva de vagas para quilombolas no Sistema de Seleção Unificada (SISU), tanto no ensino superior, como no ensino técnico. A inclusão de quilombolas na Lei de Cotas foi sancionada pelo presidente Lula em novembro do ano passado. Tornando o sonho de centenas de estudantes, realidade.
“A cota para quilombolas no Sisu foi uma grande novidade, até porque, nós quilombolas, ainda temos oportunidades escassas. Então poder passar por uma cota que de fato fala quem eu sou, das minhas raízes transborda minha alma de felicidade” concluiu Fábio Alberto, aprovado no curso de Física na Universidade Federal do Pará (UFPA).
O Sisu é um programa que seleciona candidatos para cursarem o ensino superior nas universidades públicas do país, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, duas mudanças primordiais aconteceram. uma delas é que a seleção passou a acontecer em uma única edição no ano, só agora em janeiro, antes também acontecia um processo seletivo no meio do ano.
Outra alteração implementada a Lei de Cotas foi que candidatos pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência só concorrerão, inicialmente, as vagas reservadas, se não alcançarem as notas para ampla ampla concorrência.
Os resultados do Sisu foram divulgados na tarde da última quarta-feira (31), pelo Ministério da Educação (MEC). 264.360 vagas foram ofertadas em 127 instituições de ensino – quase metade, 121.750, destinadas para cotistas por meio da lei. Para ter acesso a lista dos aprovados, basta entrar no site do programa.