26 mar

Quilombolas e Povos Tradicionais: Os guardiões das águas e defensores da vida. – Por: Walisson Braga- Quilombo Mesquita-GO

Dia 22 de março é comemorado o dia mundial da água. Essa data foi criada para lembrar-se da importância de preservar, e economizar esse recurso natural, para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta.

A Organização das Nações Unidas (ONU), através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993, determinou que no dia 22 de março seria a data oficial para realizar atividades de reflexão sobre a importância da água na sociedade. Nesse mesmo dia foi lançado a Declaração Universal dos Direitos da Água, que apresenta 10 normas que e especificam a importância da consciência, preservação e cuidados que cada ser humano deve cumprir. Ela deixa claro que todos os homens precisam se esforçar, através da educação e ensino, para respeitar as obrigações contidas na carta.

Em questão de potencia mundial, quando se trata de água, o Brasil é considerado um dos maiores donos do recurso hídrico. Cerca de 12% de todas as reservas de água existente no mundo está concentrada em solo brasileiro. E grande parte delas esta localizada nos territórios dos povos e comunidades tradicionais.

Os povos e comunidades tradicionais: caboclos, caiçaras, extrativistas, indígenas, jangadeiros, pescadores, quilombolas, ribeirinhos, seringueiros e outras denominações são responsáveis por cuidar e zelar da água. Espalhados pelo país, grande parte desses territórios estão localizados em reversas naturais, onde, além de cumprir o papel de preservar a água, também preservam as matas, o solo e a fauna. E através das suas próprias formas de organização social, usam a terra e os recursos naturais para a sua reprodução cultural, religiosa e econômica.

De forma oral, os conhecimentos sobre a água foram transmitidos dos antepassados aos seus descendentes. Aprenderam que água é sagrada e que deve ser preservada para que a geração futura possa usar. Acreditam também que nela está presente a magia dos mitos contados de Oxum, Iara e do Boto rosa. Foram ensinados que a água gera vida, alimenta, sustenta e mata a cede não só dos homens, mas dos animais e das plantas.

Para esses povos água não sai simplesmente de canos, saem das montanhas e do chão, e por esse motivo creem que ela é a seiva da terra. Cuidar desse bem, é mais que obrigação, é dever e missão herdada dos ancestrais. Afirmam que água é propriedade comunitária e, portanto deve ser compartilhada e não comercializada.

Rio Vão de Almas – Território Quilombola Kalunga – GO. Foto: Ana Carolina Fernandes

Nos tempos atuais, as águas brasileiras vêm sendo mal usada, pois a quantidade de poluição tem aumentado a cada ano. O uso irregular tem afetado varias pessoas, ocasionando a escassez desse recurso hídrico. O desmatamento irregular e o crescimento dos grandes centros urbanos cada vez mais impede a preservação. Mecanismos de exploração do da natureza tem gerado cada vez mais destruição, afetando diretamente os povos e comunidades tradicionais.

Mas embora haja muitos problemas, diariamente órgãos que defendem o uso consciente e preservação da água juntamente com os povos e comunidades tradicionais reafirmam suas lutas. Levantam a bandeira de que esse recurso hídrico não deve ser apropriado, explorado e destruído. Para eles água é um bem comum e deve ser preservada e chefiada pelos povos para necessidade de vida, garantindo sua reprodução. É preciso que todos os cidadãos assumam essa luta de preservar e cuidar.

Fontes:

https://bit.ly/2ULSutP

https://bit.ly/2U9Jp12

https://bit.ly/2UTe9QQ

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