15 set

AINDA ESTAMOS NO PRAZO! Edital Fortalecendo os Saberes e Fazeres da Agricultura Familiar Quilombola encerra inscrições em 14 dias

O Edital Fortalecendo os saberes e fazeres da Agricultura Quilombola ainda está em prazo de inscrições e vem trazendo oportunidade para associações de comunidades quilombolas estruturar seus modos de produção de forma mais sustentável e para dar continuidade no papel que os quilombos já cumpre com a agroecologia e sustentabilidade do planeta, gerando como impactos, a preservação dos diferentes biomas e a autonomia econômica dos territórios quilombolas. 

Serão apoiadas até 28 comunidades no valor de até R$ 30.000,00. Comunidades quilombolas de todo o Brasil podem apresentar suas propostas no período de submissão que se iniciou em  23 de Agosto e vai até o dia 29 de Setembro de 2023(daqui a 14 dias), as inscrições serão aceitas até às 18h (horário de Brasília).

É importante lembrar que as inscrições do projeto devem ser realizadas no portal Prosas. Na primeira etapa, o proponente deve realizar um cadastro na opção empreendedor. Para isso, acesse o seguinte link:  Prosas | Edital – Fortalecendo os Saberes e Fazeres da Agricultura

Mutirão da colheita de arroz na comunidade do quilombo Morro Seco| Marília Garcia Senlle-ISA

É sobre continuidade

Para além dos outros diversos benefícios e ganhos que o edital Fortalecendo os Saberes e Fazeres da Agricultura Familiar Quilombola projeta proporcionar aos quilombos do Brasil, algumas se destacam e uma delas é o poder de continuidade. Entender que projetos como esse podem trazer a oportunidade de não somente fortalecer o bem viver do planeta, mas também de ouvir e conhecer as histórias de cada trajetória que essa iniciativa alcança é um grande passo e uma contribuição respeitosa e consciente para os povos que cuidam e conservam a nossa vida socioambiental. O edital Saberes e Fazeres da Agricultura Familiar Quilombola vem com a característica de continuação de outros projetos e ações da Conaq, um deles foi o projeto de diagnóstico das condições  da Agricultura Familiar Quilombola nos diversos biomas do país. 

No ano passado a Conaq teve a oportunidade de realizar um estudo nos quatro biomas do Brasil. A iniciativa trouxe como resultado a entrega dos Arranjos Produtivos, um projeto que visava realizar entregas de ferramentas, materiais, estrutura e transporte para que as comunidades quilombolas selecionadas pudessem exercitar com mais dignidade às suas produções de agricultura familiar quilombola. Tivemos a chance de conhecer as histórias dessas pessoas e ouvir seus relatos a respeito do atual funcionamento dos arranjos dentro das comunidades. 

Das milhares de ações que possuem o poder transformador, essa é uma das que tocam o coração e acalenta nossos sentidos. Nesse projeto, a CONAQ teve o prazer de realizar a entrega dos arranjos produtivos, fruto dos diagnósticos sobre agricultura familiar quilombola em territórios quilombolas nos biomas cerrado e caatinga, especificamente nos estados, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Ceará, Piauí e Sergipe.

Para falarmos de resultados das ações afirmativas promovidas pela CONAQ, é necessário chegar mais perto, ouvir os relatos e depoimentos que demonstram fielmente o desfecho de tanto trabalho e se aprofundar nessas histórias que tanto brilham nos nossos olhos.  

O projeto dos Arranjos Produtivos, foi uma iniciativa da CONAQ com a parceria do Fundo Casa e pelo Instituto Clima e Sociedade(ICS),  com objetivo de mapear as práticas de Agricultura Familiar Quilombolas (AFQ) pelas comunidades e diagnosticar os principais desafios das famílias quilombolas que desenvolvem práticas agroecológicos dentro dos seus territórios. O resultado da pesquisa foi feito ainda no ano passado e logo após os dirigentes e coordenadores da CONAQ realizaram a concessão de materiais de facilitação de mão de obra que atualmente contribuem para o desenvolvimento econômico das Comunidades Quilombolas atingidas. 

Veja alguns dos relatos dos quilombolas alcançados pelo projeto do último ano: 

“Esse projeto que veio para nossa comunidade foi mandado por Deus, foi uma benção para as mulheres né?! As mulheres daqui sabiam fazer suas coisas, mas não tinham como praticar por falta de material mesmo dos maquinários que não tinha. Às vezes as condições que não tinha, de ter um botijão a gás em casa, era na lenha essas coisas, aí eu tô bem animada com esse projeto…” – Relata Maria Célia Santos, presidenta da Associação de moradores do Quilombo Vila Santo Antônio, município de Palestina – AL

”O policarpo continua aqui com a gente né, todo dia eu cuido, todo dia eu dou banho, todo dia eu amarro ele para descansar bastante” – disse Dona Tota da comunidade quilombola de Santa Luzia do Norte, município do interior de Alagoas

“90% das escolas nós atendemos aqui, polpa de acerola, maracujá, de melão e abacaxi, são as coisas que eles pegam né e as famílias todos eles têm a liberdade de usar” – Jorge Henrique, Quilombo de São Miguel, município de Maracajú(MS). 

“Foi muito bom porque aqui na comunidade nós vivemos da produção do arroz e da mandioca. Então eu acho no meu ver, a máquina chegou no tempo certo, encontramos um pouco de dificuldade para mudar esta maquinaria porque nenhum da comunidade não tinha a experiência ainda entendeu? Então esta máquina que veio foi um presente, uma doação muito especial que a comunidade precisava, e nós necessitamos deste maquinário, dessa ferramenta, para ajudar na nossa produção de arroz.- Maria das Dores, quilombo Lagoa Grande, localizado no município de Presidente Vargas, estado do Maranhão.

“Agradecer muito ao olhar da Conaq, pelas comunidades rurais, as comunidades que vem desenvolvendo um trabalho com a questão da agricultura familiar quilombola, da agroecologia, então nós estamos muito felizes e realizados, gratidão. – Maria Gressi Santana, liderança comunidade quilombola de Mocambo-SE.

Entrega de maquinário dos Arranjos Produtivos/CONAQ

 

Leia a matéria completa no link abaixo.  

Os Arranjos Produtivos da CONAQ chegou em cinco territórios quilombolas em três biomas brasileiros – CONAQ

Leia o diagnóstico territórios e nossas práticas Quilombolas – COANQ E ICS

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