01 nov

Mulheres Quilombolas se reúnem para o 2° Encontro Nacional

Por: Nathalia Purificação

Entre os dias 12 a 16 de outubro, o coletivo de Mulheres da CONAQ se reuniu em Brasília-DF para a realização do 2° Encontro de Mulheres Quilombolas. O evento contou com o apoio de instituições como CESE, Geledés, Oxfam Brasil, Onu Mulheres e Ibirapitanga. Reuniu cerca de 40 lideranças femininas para discutirem o tema “Territórios em Movimento pela Garantia dos Direitos Contra Injustiça Climáticas e Sociais: Ancestralidade e Raça e Gênero”.

Com o objetivo de formação, a CONAQ preparou uma agenda repleta de atividades variadas. A agenda se iniciou com uma análise da conjuntura política no Brasil, com Maria Rosalina(Coordenadora Executiva da CONAQ)  e a vereadora Elenízia da Mata(PT-GO), ainda no primeiro dia de Encontro, o as mulheres quilombolas também receberam uma palestra sobre raça e gênero com a liderança do MNU, Iêda Leal (GO) e um levatamento sobre insegurança alimentar nos quilombos.

“Temos que fazer revolução! Estudar, compreender o sistema capitalista dentro das comunidades quilombolas do Brasil. É necessário e urgente! Precisamos ter estratégias! Foi o que usei para vencer as eleições em meu município, no estado de Goiás.” – disse a vereadora Elenizia da Mata(PT-GO).

No decorrer da programação, houve também rodas de conversas sobre as mudanças climáticas, energia renovável e seus impactos em terras quilombolas e também mostraram a organização e  planejamento sobre a Marcha das Margaridas do ano de 2023. Os últimos dias de encontro foram dedicados à apresentação do resultado da pesquisa da primeira infância, projeto realizado pela CONAQ, e o planejamento do coletivo de mulheres da CONAQ para os anos de 2023 e 2024.

Para além da programação oficial, o evento recebeu algumas participações e atividades surpresas, como a presença da Bárbara Bombom, a única Mulher Negra Trans e quilombola que saiu candidata à deputada estadual pelo estado de Goiás e a discussão sobre o gas Francking e a campanha central da organização que tem o intuito de impedir a exploração do gas de xisto por meio de faturamento hidráulico.

“Esse gás tem alto índice de poluição e acaba com a agricultura. Se espalhar pelo solo vai poluí-lo e acabar com as nascentes. São produtos altamente tóxicos e inflamáveis. O pior é saber que esse produto é extraído por baixo da terra e a união já liberou as empresas a fazerem os serviços. O que dói saber é que em cima dessas terras, estamos nós quilombolas, e obviamente se furarem em baixo nossas casas vão desmoronar “.- Explicou a advogada, DrªVercilene Dias.

Outro momento que marcou os últimos dias do encontro foi o lançamento do livreto “Mulheres quilombolas: Escrevivências entre a memória e o coração” organizado por Maryellen Crisóstomo e Selma Dealdina que conta com a colaboração de todas as lideranças quilombolas que participaram do 1° Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas da CONAQ em Salvador-BA. O livreto foi resultado de uma atividade do 1° encontro, onde algumas participantes escreveram uma carta de auto-amor. A tarefa que seria apenas um momento de descontração, quando o coletivo decidiu transformar em livreto e aprofundar o exercício do autocuidado e do auto afeto entre as mulheres quilombolas.

imagens: Wallisson Braga


 

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Link: CONAQ (@conaquilombos)

 

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