29 abr

COVID-19: Conaq divulga Boletim Epidemiológico e denuncia 270 óbitos

A luta contra os processos burocráticos: apesar da demora, aos poucos a vacina chega para os quilombolas

Por Jéssica Albuquerque

O enfrentamento ao Coronavírus tem se tornado mais efetivo com a distribuição das vacinas, sendo estas a Corona Vac e Astrazeneca. Em São Paulo, as comunidades quilombolas que tomaram a primeira dose da vacina já receberam a segunda, todavia, as dificuldades em relação ao contato com as lideranças não permitem uma atualização de possíveis óbitos ou casos no estado, uma vez que, o combate à Covid-19 ainda requer persistência e cuidados, reforçando assim, o uso de máscaras e álcool em gel para além da vacinação.

A subnotificação dos casos ainda é uma realidade preocupante, devido à proliferação do coronavírus em territórios quilombolas. Tal inexistência reafirma a ausência das políticas públicas voltadas para as comunidades tradicionais, no qual o processo de identificação depende das autoridades competentes, o que atrasa um reconhecimento histórico e afrodescendente da cultura quilombola.

Em diversos territórios, o número crescente de casos preocupa quilombolas no interior de Goiás, dado que, já foram feitos os repasses de 465 doses da vacina, porém, a população ainda não foi imunizada. Esse atraso se justifica devido aos impasses quanto ao diálogo com as secretarias de saúde locais, estas responsáveis pela vacina.

Outra problemática também se dá em torno do acesso ao sistema de saúde, visto que, há territórios que estão localizados a mais de 18 km das unidades de saúde, inviabilizando um possível acompanhamento de casos por Covid-19, além do retardo quanto  ao progresso de imunização.

Apesar da lentidão, essa semana 620 doses chegaram na Paraíba, mas infelizmente não é suficiente para metade das comunidades existentes no Estado, porém, abre caminhos para que se possa combater a doença de forma mais efetiva.

Já no Maranhão, estima-se que 50% dos quilombolas já foram imunizados, mas, os dados ainda continuam subnotificados. E quanto à distribuição das cestas básicas, as entregas estão sendo feitas após divergências em relação ao transporte disponível para realizar tal ação. Apesar da demora, os territórios aos poucos estão tendo acesso a esse benefício.

 

 

 

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