Mulheres quilombolas marcham por Reparação e Bem viver

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas, por meio do Coletivo de Mulheres/Secretaria da CONAQ, lançou no mês de março/2025 o Comitê Nacional Quilombola para a Marcha das Mulheres Negras.

O Comitê busca articular e mobilizar mulheres Quilombolas de todo o Brasil, para o Grande Movimento que acontece dia 25 de novembro, em Brasília. Em função disso, o Coletivo tem  trabalhado incansavelmente, para alcançar e organizar essas mulheres, entendendo onde elas  estão, quais seriam as logísticas de transporte, alimentação e acomodação, de forma que todas possam vir à Brasília, marchar e retornar em segurança.

No entanto, a CONAQ entende que, muito mais do que participarem da Marcha, é necessário que cada uma delas tenha consciência do que é a Marcha e o  PORQUÊ AS MULHERES QUILOMBOLAS MARCHAM. Assim nasce o Projeto de Formação Política para a Marcha de Mulheres Negras 2025 por Reparação e Bem Viver.

O projeto é desenvolvido pelo Coletivo de Mulheres/Secretaria da CONAQ e conta com uma Jornada composta por 7 encontros virtuais com carga horária de 30h. Sendo 6 exclusivos com mulheres quilombolas e 01 internacional com mulheres afro rurais da América Latina e Caribe.

Entre os temas abordados estão:

1.História da Marcha das Mulheres Negras – como e quando surgiu, avanços e perspectivas. Com a data para 24 de maio próximo;

2.Territórios Quilombolas e Direito à Terra – Lutas pela regularização fundiária e enfrentamento do racismo ambiental. (8 de junho/2025);

3.Mulheres Quilombolas e o Bem Viver – Ancestralidade, sustentabilidade e resistência das mulheres quilombolas. (19 de julho/2025);

4.Violência de Gênero e Autonomia das Mulheres Quilombolas – Feminicídio, violência doméstica e estratégias de enfrentamento. (23 de agosto/2025);

5.Saúde da População Quilombola – Direitos reprodutivos, acesso ao SUS e combate ao racismo na saúde. (20 de setembro/2025);

6.Liderança e Participação Política das Mulheres Quilombolas – Ocupar espaços de poder e decisão. (25 de outubro/2025).

O número de mulheres inscritas passa de 500, distribuídas em mais de 20 estados em todo o Brasil, e com idades entre 18 e +65 anos.

Importante frisar que a  participação na jornada não garante a ida a Brasília em 25 de novembro de 2025 para a Marcha das Mulheres Negras. Mas, no caso da Secretaria conseguir captação de recursos para custeio de deslocamento, a preferência será para mulheres que participaram dos 07 Encontros da Jornada. É esperado que, no mínimo,  100 mulheres quilombolas estejam presentes na Marcha das Mulheres Negras, ampliando a representatividade quilombola no evento.

A  participação das Mulheres Quilombolas na Marcha de Mulheres Negras, representa não apenas um ato de resistência, mas também um marco na luta pela garantia de direitos, pelo reconhecimento dos territórios quilombolas e pelo enfrentamento às violências, ao racismo e ao sexismo.

A CONAQ segue em luta, para garantir a presença de Mulheres Quilombolas nos espaços de debate e decisão política, a fim de construir um futuro mais inclusivo e igualitário.