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Dia da Amazônia: o papel dos quilombolas na preservação da maior floresta tropical do mundo
5 de setembro de 2024

Dia da Amazônia: o papel dos quilombolas na preservação da maior floresta tropical do mundo

Comunidades tradicionais estão ameaçadas com as ações criminosas na região 

Desde 2008 é celebrado em 5 de setembro o Dia da Amazônia. Esta região é considerada por muitos o “Pulmão do Mundo”, devido ao papel vital desempenhado por sua imensa floresta tropical que inclusive, contribui na regulação do clima global e, ainda por cima, abriga uma biodiversidade surpreendente. 

Para ter uma breve noção de sua importância, ela abriga cerca de 10% das espécies conhecidas de plantas e animais da Terra e é responsável não só pela uma produção significativa de oxigênio, mas pelo papel positivo no quesito dióxido de carbono. Segundo pesquisa do O Globo de 2021, naquela ocasião em específico, ela tinha a capacidade de absorver cerca de 30% das emissões. 

Contudo, não é possível falar desse dia sem citar um povo que há muito tempo está contribuindo de forma imensurável para sua preservação: os quilombolas. Situados em áreas rurais e florestais da região, eles também dependem diretamente dos recursos naturais e dos serviços ambientais que a floresta oferece. 

A maioria dos brasileiros não têm conhecimento sobre quilombos e desconhecem sua rica história que está atrelada à formação do país. Mas aí vão alguns dados interessantes do Instituto de Sociologia, Antropologia e Política (ISA):

A região amazônica possui 148 quilombos titulados, que abrigam 11.754 mil famílias;

O Pará é o estado da Amazônia Legal com o maior número de terras quilombolas, com 86 títulos concedidos;

Os quilombos ocupam 893 mil hectares no Pará, e estão rodeados por pressões de desmatamento;

O Quilombo Guajará Miri e o Quilombo de Água Fria, no Pará, são dois dos territórios mais preservados do estado;

Os quilombos da região atreladas às florestas, pois é lá onde caçam e coletam diversos produtos, como a castanha, o açaí, a bacaba, o cipó-titica, a palha e o breu. 

Para quem desconhece o poder e riqueza que ali habita, além dos itens já citados, a vegetação amazônica fornece alimentos, remédios e materiais essenciais para a vida cotidiana dessas comunidades e na preservação de rios e solos que são essenciais para a agricultura e a subsistência.

Além disso, a conservação da floresta também está diretamente ligada à proteção das práticas culturais e tradicionais dos quilombolas, que estão profundamente conectadas ao meio ambiente. Ou seja, protegendo esse habitat, consequentemente, há a garantia da sobrevivência da vida e cultura dos quilombos.

No entanto, hoje mais do que nunca, a Amazônia enfrenta ameaças crescentes, como o desmatamento, as queimadas e a exploração ilegal de recursos. Essas ações criminosas não só prejudicam a flora e fauna locais, mas também têm um impacto devastador nas comunidades que dependem da floresta para sua subsistência.

Por isso, é preciso ter em mente que para os povos indígenas e quilombolas, a floresta é muito mais do que um recurso natural. Ela é um local sagrado, que sustenta suas tradições, ancestralidade e modos de vida. Esses grupos têm uma relação ancestral com a terra e garantem seu equilíbrio devido às práticas de manejo sustentáveis e conhecimento tradicionais que contribuem para sua preservação.

Tendo em mente tudo afirmado acima, neste Dia da Amazônia, é fundamental reforçar a necessidade de um compromisso coletivo com a preservação desse bioma vital. Provavelmente, você deve estar se questionando: eu não moro nessa região, como vou fazer a minha parte? É simples. A conscientização é o primeiro passo para a ação. Apoie políticas que promovam a proteção ambiental, respeite e valorize os direitos das comunidades tradicionais e, acima de tudo, adote práticas sustentáveis em seu cotidiano.

Por fim, use esta data para refletir sobre o que pode ser feito para ajudar a preservá-la  para as gerações futuras e garantir que esse patrimônio natural continue a prosperar por muitos anos.