31 de janeiro de 2025
Coletivo Nacional de Educação da CONAQ lança primeira edição da revista “Educa Quilombo”
Revista é um instrumento a mais para a mobilização coletiva da CONAQ. Primeira edição destaca a defesa dos direitos à educação para meninas quilombolas.
O Coletivo Nacional de Educação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) lançou a revista Educa Quilombo. A primeira edição do material de resistência e informação teve como tema: “A defesa dos direitos à educação para meninas quilombolas – Por uma educação que valorize os seus conhecimentos, sua cultura e seus modos de viver”.
A revista vai somar com a mobilização coletiva da CONAQ em prol da educação quilombola. O material foi lançado em dezembro de 2024 durante o Encontro Nacional de Educação Escolar Quilombola em Recife (PE). O evento ocorreu entre os dias 18 e 20 de dezembro e reuniu professoras e professores quilombolas de 22 estados. A revista foi distribuída no último dia do evento.
Entre as reflexões que constam na primeira publicação estão o custo social do fechamento de uma escola, o território como local de aprendizado e a quem recorrer para garantir o direito à educação.
Confira a revista aqui: Revista Educa Quilombo
Shirley Pimentel de Souza, quilombola da Pedra Negra da Extrema, na Bahia, é pedagoga e membro do Coletivo Nacional de Educação da CONAQ e participou da coordenação e escrita da revista. Ela afirma que o objetivo é abordar temas diversos em uma linguagem que dialogue com os territórios quilombolas.
“A Revista Educa Quilombo nasce como um espaço para que as comunidades quilombolas possam falar das pautas da educação escolar, mas também da educação vivida nos territórios, nas práticas de trabalho, nas manifestações culturais e nas lutas do Movimento Quilombola”, disse Shirley.
A educadora informou que as próximas edições já estão sendo planejadas e que pessoas quilombolas podem colaborar com a escrita de cada edição.
“Mais do que um periódico, a revista é um instrumento a mais para a mobilização coletiva da CONAQ e um passo importante para dar visibilidade à nossa luta por uma escola que respeite, valorize e reconheça os conhecimentos, a cultura e os modos de vida das comunidades quilombolas”, afirmou.
A Revista das pautas, ações e incidências do Coletivo Nacional de Educação da CONAQ informa que a dificuldade de acesso à educação fere um direito constitucional. “As crianças e jovens têm o direito de estudar perto de suas casas, e a escola deve respeitar a cultura e os modos de vida da comunidade. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) e a Constituição Federal (Art. 5º) garantem que todas as pessoas devem ser tratadas de forma igual, sem discriminação”.
Esta primeira edição nos ensina que o caminho para o direito à educação não precisa ser percorrido sozinho. As organizações do movimento quilombola, os conselhos, o Ministério Público e a Defensoria Pública estão a postos para apoiar e proteger o direito de cada menina e menino quilombola a uma educação digna, respeitosa e transformadora.
Outras publicações
A Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas da CONAQ, projeto da CONAQ apoiado pelo Fundo Malala, lançou em agosto de 2024, os livretos “Lute como uma menina quilombola” e “Cartas de Quilombolas: o que dizem as/os estudantes da Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas da CONAQ”.
Um dos materiais gráficos mostra como foi a criação da Escola Nacional, projeto inédito que fortaleceu e engajou estudantes e famílias na luta por educação de qualidade para quilombolas em todas as regiões e biomas do Brasil. O segundo livreto traz experiências das meninas e meninos e os desafios enfrentados para frequentar as escolas.
Acesse os materiais: Livreto “Lute como uma menina quilombola” e “Cartas de Quilombolas: o que dizem as/os estudantes da Escola Nacional”.
Texto por Letícia Queiroz, publicado às 10:15:00
Categoria: Educação