Coletivo Nacional de Educação da CONAQ lança carta de recomendação para universidades e institutos

A Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), através do Coletivo Nacional de Educação, lançou uma carta de recomendação para as Instituições de Ensino Superior (IES) contempladas com o edital PARFOR Equidade. O edital vai ofertar cursos de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola no âmbito do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica.

O objetivo das recomendações é promover diálogo do movimento quilombola com as universidades e fazer com que o processo de formação de professores e professoras quilombolas seja orgânico e engajado com os nossos modos de produzir conhecimento e com a nossa luta social dentro e fora dos territórios quilombolas.

A carta foi lançada em evento nesta quinta-feira (18), em Brasília, durante reunião da Comissão Nacional de Educação Escolar Quilombola (CONEEQ) – comissão formada por educadores e educadoras quilombolas das diferentes regiões do Brasil que assessora o Ministério da Educação (MEC) na formulação de políticas para a Educação Escolar Quilombola.

Entre as recomendações da carta estão:

• Priorização da participação de profissionais que sejam quilombolas em todas as etapas de implementação dos cursos
• Inclusão de griôs, mestras e mestres dos saberes quilombolas ao longo da oferta dos cursos para dialogar com os processos próprios de ensino-aprendizagem dos territórios quilombolas
• Práticas pedagógicas relacionadas e implicadas com as escolas e pedagogias quilombolas de cada região

Nesse momento de implementação dos cursos aprovados, o Coletivo Nacional de Educação da CONAQ chama atenção para a importância do movimento quilombola encaminhar as recomendações às Universidades e Institutos Federais que tiveram os seus projetos aprovados.

O Coletivo Nacional de Educação da CONAQ, formado por mais de 500 professoras e professores quilombolas de 24 estados, atua na busca por suprir lacunas deixadas pelo poder público no que diz respeito à formação continuada de docentes e à orientação para elaboração e implementação das diretrizes curriculares estaduais e municipais para a Educação Escolar Quilombola (EEQ) e enfrenta a morosidade de todas as instâncias do poder público em implementar a Educação Escolar Quilombola, instituída há 14 anos.

Entendemos que ao lançar o Edital Parfor o Estado Brasileiro dá um importante passo rumo à implementação da EEQ e reconhece a demanda de formação de professores quilombolas em nível superior.   

Precisamos garantir o direito das comunidades quilombolas de acessar uma educação específica e diferenciada em todos os níveis de ensino. Nos colocamos à disposição para a manutenção do diálogo com cada IES, de modo a promover um processo de formação justo.