01 set

Comunidade brasileira no exterior se organiza para apoiar movimentos sociais na linha de frente no combate à Covid-19

Coletivos brasileiros no Canadá, Estados Unidos e em vários países da Europa se organizaram para lançar a campanha de arrecadação de fundos intitulada: Solidariedade internacional com o Brasil – Apoie os movimentos na linha de frente contra a Covid-19. A iniciativa busca apoiar os movimentos sociais no Brasil que enfrentam a pandemia sem políticas públicas adequadas sob o governo de extrema-direita de Bolsonaro. O lançamento é previsto para terça-feira, 1 de setembro.

“Infelizmente esse governo não nos reconhece. Tivemos várias ações, inclusive no Congresso, com PLs, com ajuda de deputados. Infelizmente, esse governo vetou 22 pontos do PL, onde 16 atingiam diretamente os quilombolas. E a gente ainda continua nessa resistência e nessa luta por direitos.” – Sandra Maria Andrade (coordenadora executiva da CONAQ)

Os movimentos beneficiados são reconhecidos por sua longa trajetória e foram selecionados através de uma série de critérios como: terem atuação em diversos estados e serem geridos por comunidades de base. Foi estabelecida uma parceria entre os grupos de ativistas no exterior e as organizações que representam povos e comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas e movimentos urbanos.

“A única saída para esta crise econômica, política, e agora sanitária é a auto-organização social. A campanha visa estimular e honrar esses métodos ancestrais de resistência, pois para dar fim a esse governo nós precisamos sobreviver a ele”, explica Alessandra Devulsky, representante do Coletivo Brasil-Montréal e professora da faculdade de direito da UQAM.

A campanha visa facilitar as doações vindas do exterior para apoiar as ações conduzidas pelos movimentos sociais brasileiros. Outro objetivo é dar visibilidade internacional à luta desses segmentos da sociedade que estão em situação de maior vulnerabilidade durante a pandemia. Os grupos preparam-se para iniciar uma forte mobilização nas redes sociais à partir desta terça-feira, 1 de setembro, com duração até o dia 15 de outubro. A intenção é de arrecadar no mínimo 50 mil dólares canadenses, o equivalente a cerca de 198 mil reais.

“A campanha é um gesto de solidariedade com as organizações brasileiras na linha de frente que foram abandonadas pelo governo Bolsonaro” – Coletivo Brasil-Quebec

Para os movimentos sociais toda contribuição para seguirem na luta é bem-vinda.

“Esse é o momento de nos darmos vozes e chamarmos atenção para essa grande luta, que é uma luta de todos nós, não é uma luta dos povos indígenas. Se nós não nos dermos a mão agora, se nós não nos ajudarmos agora pode ser que a tragédia seja muito maior.” – Concita Sompré, representante da Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB).

A população negra brasileira está abandonada e perseguida pelo governo racista de Bolsonaro. Aglomerada em bairros de maioria negra favelas, fonte com os efeitos da coronavírus, com a brutalidade policial, com pobreza e a fome. Estamos por nossa própria conta e precisamos de ajuda!”, afirma Douglas Belchior, co-fundador da UNEAFRO-Brasil.

Os recursos serão recebidos e depois repassados pela organização de solidariedade internacional Comitê para os direitos humanos na América Latina (CDHAL), com sede em Montreal, Canadá.

“Acompanhamos com muita apreensão o que acontece no Brasil. Estamos portanto felizes de contribuir com a campanha organizada para fortalecer a luta dos movimentos sociais no Brasil na linha de frente no combate à pandemia”, declara Rosa Peralta, representante do CDHAL.

Mais informações:

Organizações que serão beneficiadas pela campanha:

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB);

Coordenação Nacional da Articulação das Comunidades Quilombolas (CONAQ);

Rede Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais;

Mutirão do Bem-Viver;

União dos Centros de Educação Popular dos Trabalhadores Negros e Negras (Uneafro);

Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto (MTST);

Movimento Periferia Viva. 

Para entrevistas ou outras informações:

Gil Monney – Coletivo GRITO (Genebra)

contato@coletivogrito.ch

Alessandra Devulsky – Coletivo Brasil-Montréal

devulsky.alessandra@uqam.ca

 

Acesse as artes de divulgação da campanha

Acesse ao texto explicativo da campanha

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