02 fev

Boletim epidemiológico: Conaq mapeia 195 óbitos de quilombolas em 10 meses

Por Maryellen Crisóstomo

Sem ações do poder público os quilombos enfrentam os efeitos drásticos do avanço da COVID-19 em seus territórios. Já são 195 óbitos e mais de 5.000 casos de contaminação. A subnotificação dos casos ainda é uma realidade por parte das autoridades sanitárias.

Desde 11 de abril quando foi registrado o primeiro óbito entre quilombolas, no período de 10 meses morreram em média 19,5 quilombolas por mês. Os dados sobre a contaminação de quilombolas pelo novo Coronavírus são levantados de maneira autônoma pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA).

A desigualdade do enfrentamento ao Coronavírus já se mostra evidente nos quilombos em meio a falta de medidas efetivas por parte do Estado brasileiro . A CONAQ tem chamado atenção para fatores estruturais alarmantes sobre as consequências da proliferação da COVID-19 em territórios quilombolas.

Em alerta emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), na última atualização de 29/01/202, embora haja vacinas autorizadas como meio de erradicação da COVID-19, elas ainda não resolvem tudo. “É fundamental lembrar que, embora as vacinas possam ajudar a acabar com a pandemia, elas não resolverão tudo. À medida que a crise da COVID-19 continuar, ainda será necessário tomar todas as medidas necessárias para evitar que o vírus se espalhe e cause mais mortes.” ressalta a nota.

A OPAS lembra ainda que as medidas de segurança individuais ainda são indispensáveis. “É preciso seguir e adotar uma abordagem do tipo “faça tudo”, incluindo as medidas de proteção: 

  1. lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel e 
  2. cobrir a boca com o antebraço quando tossir ou espirrar (ou utilize um lenço descartável e, após tossir/espirrar, jogue-o no lixo e lave as mãos). 
  3. É importante manter-se a pelo menos 1 metro de distância das outras pessoas. 
  4. Quando o distanciamento físico não é possível, o uso de uma máscara também é uma medida de proteção.
  5.  A nível individual, essas medidas de proteção funcionam inclusive contra as novas variantes identificadas até o momento.”

 

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