
6 de março de 2025
CONAQ participa de Seminário: Adaptação e Justiça Socioambiental no Contexto da Emergência Climática e da COP 30
Evento foi organizado na Câmara dos Deputados pela Frente Parlamentar Mista Ambientalista
A emergência climática é um dos maiores desafios globais da atualidade. Com o aumento das temperaturas médias, a intensificação de eventos climáticos extremos, o acelerado derretimento de geleiras, calor extremo e o impacto sobre os ecossistemas, a biodiversidade e as comunidades vulneráveis têm sido mostrados devastadores.
No Brasil, país que em poucos meses vai sediar a COP 30, esses efeitos são visíveis especialmente nas regiões mais empobrecidas e em áreas que dependem e defendem os recursos naturais como os quilombolas, indígenas e comunidades tradicionais.
Que o clima está mudando todos já perceberam e justamente as populações citadas acima vistas como as mais vulneráveis são as que mais sofrem! E esse foi justamente um dos pontos tratados durante o debate promovido pelo Deputado Nilto Tatto (PT/SP) e pela Frente Parlamentar Mista Ambientalista, no IV plenário da Câmara dos Deputados.
Intitulado como Seminário: Adaptação e Justiça Socioambiental no Contexto da Emergência Climática e da COP 30, o evento reuniu lideranças, especialistas e movimentos sociais para discutir soluções justas e inclusivas diante da situação na qual nos encontramos.
Palavras como equidade, resiliência e dignidade foram mencionadas como pontos a serem alcançados e levados em consideração neste atual momento onde se busca a mitigação da crise climática.
A CONAQ esteve representada pela Articuladora Política, Selma Dealdina Mbaye que na ocasião enfatizou a importância da realização do principal evento sobre clima da ONU que será realizado em Belém, no Pará, em novembro e seu contraste. Isso porque boa parte das pessoas não sabem o significado ou dimensão desta conferência.

“Nossa expectativa enquanto comunidades quilombolas é que esse tema de fato seja internalizado. E, que obviamente trate da titulação dos nossos territórios, uma pauta importante que a gente tenta trazer inclusive em uma COP quilombola que vamos fazer no final de março, onde 13 países vão vir para o Brasil para podermos alinhar como será a incidência e posicionamento das comunidades afrodescendentes da América Latina e Caribe na COP 30”, enfatizou a liderança quilombola.
Também marcaram presença Ana Toni, SEO e diretora-executiva da COP 30, Marina Marçal (Waverley Street Foundation), Pedro Ivo (FBOMS), Cristina Orpheo (Fundo Casa Ambiental), o Deputado Federal Chico Alencar (PSOL/RJ) e representantes do Greenpeace Brasil, Decodifica Brasil e Confluência das Favelas.
No decorrer da sessão todos que tiveram um momento de fala enfatizaram os desafios da mudança climática que tendem a afetar principalmente a população negra e periférica. Além disso, também chegaram à conclusão de que os conhecimentos dos povos tradicionais não podem ser ignorados pois é nele que pode estar a solução para frear o caos climático atual.
“Nossa maior preocupação, é de que a emergência climática não é um problema só de ambientalistas ou loucos, se não for com utopia ou loucura, a gente não levanta nem da cama. Mas esse debate ainda está muito direcionado para pessoas brancas e depois para homens. E a gente precisa racializar isso, e precisamos trazer as mulheres e a juventude para esse debate. Então, como é que a gente dialoga com a sociedade sobre? Então, acho que as nossas expectativas e desafios são através do diálogo. Sem diálogo, a gente não vai conseguir. E olha que a gente tem feito isso durante todo esse tempo”, pontuou a liderança.
Texto por Thaís Rodrigues CONAQ/Uma Gota No Oceano, publicado às 19:59:21
Categoria: Crise Climática